Pedros contra todos e contra Zeze
Acordou cedo e colocou cuidadosamente na bolsa os kits de chicletes e jujubas que o filho mais novo separara na noite anterior. Saiu. Ao chegar na parada fez sinal, mas o ônibus não parou. Fez sinal ao próximo, ao outro e ao outro. Nenhum parou. “Como pode isso?”, pensou. “É normal um não parar, mas nenhum?!”. Ligou para Silvia no meio do dia:
- Só vendi dois kits hoje.
- Calma, Pedro, vamos resolver isso. Quando eu chegar em casa a gente conversa – disse a esposa.
Assim como Pedro, milhares ambulantes viram suas vendas despencarem desde a última quarta-feira (15), quando foi anunciado pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) a proibição de vendedores ambulantes nos ônibus de Belém.
Um dos jornais de grande circulação divulgou trecho do Regulamento do Serviço de Transporte Coletivo do Município de Belém, que diz: “o motorista fica autorizado a recusar passageiro que, de alguma forma, comprometa a segurança, tranquilidade e conforto dos demais”. Ao longo de toda matéria o jornal dá a entender que o motorista tem livre arbítrio para decidir ou não pela subida dos vendedores, porém no final afirma que segundo a Semob “caso algum veículo seja flagrado descumprindo a regra, a empresa responsável será multada no valor de R$ 108,54”.
Outro veículo afirma que este valor ficará na conta do motorista.
Independente de qual jornal esteja com a razão, o fato da Prefeitura de Belém impedir a entrada dos ambulantes nos circulares mostra o quanto é descompromissada com os anseios dos trabalhadores de Belém. É preciso saber quais são os motivos concretos para uma Prefeitura tentar retirar o sustento de inúmeras famílias da cidade. É preciso ir a fundo e entender quais são os reais motivos.
Não é novidade a relação estreita que a Prefeitura tem com os barões dos ônibus em Belém, que mandam e desmandam no aumento das tarifas para o pagamento de campanhas eleitorais. Este pode ser um motivo.
- Só vendi dois kits hoje.
- Calma, Pedro, vamos resolver isso. Quando eu chegar em casa a gente conversa – disse a esposa.
Assim como Pedro, milhares ambulantes viram suas vendas despencarem desde a última quarta-feira (15), quando foi anunciado pela Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob) a proibição de vendedores ambulantes nos ônibus de Belém.
Um dos jornais de grande circulação divulgou trecho do Regulamento do Serviço de Transporte Coletivo do Município de Belém, que diz: “o motorista fica autorizado a recusar passageiro que, de alguma forma, comprometa a segurança, tranquilidade e conforto dos demais”. Ao longo de toda matéria o jornal dá a entender que o motorista tem livre arbítrio para decidir ou não pela subida dos vendedores, porém no final afirma que segundo a Semob “caso algum veículo seja flagrado descumprindo a regra, a empresa responsável será multada no valor de R$ 108,54”.
Outro veículo afirma que este valor ficará na conta do motorista.
Independente de qual jornal esteja com a razão, o fato da Prefeitura de Belém impedir a entrada dos ambulantes nos circulares mostra o quanto é descompromissada com os anseios dos trabalhadores de Belém. É preciso saber quais são os motivos concretos para uma Prefeitura tentar retirar o sustento de inúmeras famílias da cidade. É preciso ir a fundo e entender quais são os reais motivos.
Não é novidade a relação estreita que a Prefeitura tem com os barões dos ônibus em Belém, que mandam e desmandam no aumento das tarifas para o pagamento de campanhas eleitorais. Este pode ser um motivo.
Passagem aumenta. Transporte segue sem melhorias.
O Prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, homologou o reajuste na tarifa, que desde ontem (19) subiu de R$ 2,20 para R$ 2,40.
Considerando que uma pessoa utilize o transporte público apenas para ir e voltar do trabalho, o reajuste faz com que os gastos chegue a R$115,6 por mês, o que corresponde a cerca de 16% do salário mínimo. Um valor extremamente considerável, principalmente levando em conta que muitas famílias utilizam apenas um salário para o sustento. Outra questão é a qualidade do transporte em Belém: “Desde que eu me entendo como gente que os prefeitos aumentam a passagem a pedido dos seus financiadores de campanha - empresários do transporte -, com a desculpa de que a frota vai melhorar. No entanto, ela nunca melhorou de fato”, afirmou em rede social um jornalista indignado com o reajuste.
No último mês vem acontecendo diversas mobilizações em Belém contra o aumento. A próxima manifestação está marcada para hoje (20), às 17h, na Praça da República.
O Prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, homologou o reajuste na tarifa, que desde ontem (19) subiu de R$ 2,20 para R$ 2,40.
Considerando que uma pessoa utilize o transporte público apenas para ir e voltar do trabalho, o reajuste faz com que os gastos chegue a R$115,6 por mês, o que corresponde a cerca de 16% do salário mínimo. Um valor extremamente considerável, principalmente levando em conta que muitas famílias utilizam apenas um salário para o sustento. Outra questão é a qualidade do transporte em Belém: “Desde que eu me entendo como gente que os prefeitos aumentam a passagem a pedido dos seus financiadores de campanha - empresários do transporte -, com a desculpa de que a frota vai melhorar. No entanto, ela nunca melhorou de fato”, afirmou em rede social um jornalista indignado com o reajuste.
No último mês vem acontecendo diversas mobilizações em Belém contra o aumento. A próxima manifestação está marcada para hoje (20), às 17h, na Praça da República.